“A minha
vida contada dava um livro, mas eu só vou falar sobre mim e sobre o meu neto
Daciano, desde que ele nasceu.
O meu neto nasceu num sábado, dia 13 de junho de
2004, às 00:10. Notícia que me fez muito feliz! No domingo, logo de manhã, fui
vê-lo e quando a auxiliar hospitalar mo colocou no colo, eu disse: - Já se
passaram 29 anos e estou de novo a pegar no meu filho!
Foi um momento único, para o qual não tenho
palavras para o descrever, naquela hora revelei o meu grande Amor pelo meu neto
e senti que ele sabia que ía ter a melhor Avó do Mundo para o criar, educar,
ensinar a comer, ensinar os primeiros passos, as primeiras palavras, dar-lhe o
1.º biberão…tudo! Até lhe ensinei que podia confiar sempre em mim.
Eu tinha perdido os meus pais há 10 meses, que me
ensinaram tudo de bom na vida. Estava muito frágil e o meu neto veio dar-me
alento e forças para eu lutar, para viver, porque ele precisava de mim.
Sempre o ensinei a não mentir, a ser educado, a
saber repartir e dar, a saber brincar com as outras crianças…Enfim, o meu neto
é tudo para mim! Entregavam-mo de manhã e, por volta das 22:30-23h, já todo
prontinho, era levado pelos pais para dormir. Era muito cedo que mo deixavam,
para eu cuidar dele. Não havia sábados nem domingos de folga! Era o amor da
minha vida, como hoje ainda é.
Pena é que hoje, as coisas mudaram! Na vida há
altos e baixos e, tanto eu como o meu neto, estamos a passar um momento menos
feliz e, como ele é uma criança sensível e introvertida, o meu coração chora, preocupada
com o nosso futuro. Sinto-me triste, pois gostava de o ter mais tempo comigo e
sofro quando ele chora na altura de ir embora. O meu Neto é tudo o que há de
melhor e de bom para mim.
Para ti Daciano, meu neto e meu filho querido,
desejo-te toda a Felicidade do Mundo, com muitos beijinhos cheios de Amor, da
tua Avó que nunca te esquecerá e sempre te há-de amar!”
A história da avó Maria retrata que na vida nem
tudo são rosas. A turma ficou sensibilizada com o seu testemunho e até se viram
algumas lágrimas nos seus rostos inocentes e sensíveis a esta história. Nós
queremos apelar a todos os que nos seguem, que da mesma forma que não “descartamos”
um filho, porque ele nos está a dar mais que fazer, não devemos fazê-lo com os
nossos idosos. Devemos pôr as desavenças à parte e ouvir mais o nosso coração.
Amar é perdoar! Fiquem bem…